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Leg Pull Back ou Purvottanasana?

Seja bem vindo a uma nova coluna que vai comparar semelhanças de posições/exercícios do mundo do yoga e do pilates. Sem a intenção de mostrar o que é melhor pretendemos apresentar semelhanças e acima de tudo, enriquecer sua prática com informações que vão muito além da parte física de cada movimento.

Se você é praticante de pilates vai lembrar que o movimento acima parece uma preparação ou o início para o leg pull back não é mesmo? Podemos praticá-lo com o objetivo de desenvolver um bom controle do corpo, alongamento com ênfase em toda a parte frontal de nosso organismo além de fortalecer braços e punhos. Lembrando a posição da cabeça vale um boa discussão, pois ela diverge de escola para escola, alguns defendendo que devemos fazer o aceno de cabeça isto é, olhando para a frente, outros o olhar vai para a diagonal, como também praticantes que voltam ele o teto.

Só que, para o mundo do yoga chamamos esta posição de Purvottanasana, em sânscrito, alongamento intenso para leste e não é só um nome complexo, é uma postura que carrega com ela uma profunda simbologia. Os antigos yoguis preconizavam que você deveria sempre olhar para leste ou para norte em suas práticas (fonte: Gheranda Samhita) agora você ficou curioso para saber por quê?

Os hindus são totalmente ligados com as forças da natureza e quando você vira sua face para este lado, levamos as propriedades energéticas que este dois pontos cardeais carregam:

  • Leste é guardado pelo Sr. dos Raios e trovões e nos protege trazendo coragem e poder. Este ponto também é o quarto do sol nascente, representando a fonte de vida na Terra.
  • Já Norte é guardado por uma estrela chamada Dhuva que em sânscrito significa eterno e é a personificação da força de vontade, que praticante não deseja esta qualidade? Além disso sempre que você falar do Norte eles irão associar com o majestoso Himalaia, uma mística montanha que é considerada uma ponte celestial de contato para Deuses e Deusas.

Da próxima vez, leve uma bússola e boa prática!

Por Ge Gurak

Instrutora que atua há mais de 14 anos com Pilates e Yoga e teve a chance de aperfeiçoar-se na Índia, além de possuir especialização em ZEN•GA™ e Garuda®. Conduz suas aulas no Centro de Treinamento da TcPilates (www.tcpilates.com.br)

Bridge ou Sethu Bandha Sarvagasana?

Com pequenas diferenças (ligada a posições principalmente dos braços e sobre estabilidade ou movimentação dentro da posição) este exercício que pode ser considerado da família das extensões está bem presente tanto na prática do pilates como na do yoga e aparece tanto nas aulas dos iniciante como de experientes praticantes.

A ponte é usada tanto para aquecimento articular (pois sua dinâmica traz muita consciência para sensibilizar e fortalecer músculos centrais) e cai muito bem como uma posição restauradora se você trabalhou com muita flexão do quadril, por exemplo.

Como o objetivo desta coluna é apresentar como este movimento, tão usado no pilates também aparece nas práticas de yoga (e não deixe de ler o texto que compara estas duas modalidades). Dentro do yoga orientamos esta posição para os dias em que o praticante se encontra congestionado ou sentindo a coluna rígida. Quando as mãos se encontram embaixo do corpo, chamamos de da ponte sobre o vão. Entrelaçamos as mãos, fazendo uma rotação externa dos ombros e braços. Muita atenção ao pescoço, que deve permanecer com suas curvas preservadas e ele relaxado, com o praticante podendo olhar para todos os lados sem se sentir pressionado. Imagine as escápulas como um par de mãos abrindo o seu peito e o seu coração e lá permanecemos respirando de forma tranquila com a mente ligada aonde seu corpo está.

A palavra em sânscrito “sukha”, presente no nome desta postura é compreendida como espaçosa, confortável, fácil e é esta sensação que você deve buscar ao praticar a postura. Ao construir sua ponte, sem que haja compressão você pode soltar pontos tensos do corpo que te ajudará tanto na prática física como no seu dia-a-dia.

Encare este movimento como uma boa ponte para uma boa vida e boa prática!

Por Ge Gurak

Instrutora que atua há mais de 14 anos com Pilates e Yoga e teve a chance de aperfeiçoar-se na Índia, além de possuir especialização em ZEN•GA™ e Garuda®. Conduz suas aulas no Centro de Treinamento da TcPilates (www.tcpilates.com.br)

Qual a diferença entre Pilates e Yoga?

Essa é uma pergunta que muitos fazem, e é uma boa pergunta, considerando as semelhanças que podem ser encontradas entre os dois “métodos”, que também podemos dizer que são estilos de vida. E as semelhanças não são meras coincidências.

Joseph Pilates se baseou em uma série de referências ao compor seu repertório de exercícios e rotinas que até hoje nos encantam, com sua simplicidade e eficiência. Uma delas, declaradamente, foi o Yoga (ou a Yoga, não há um “certo ou errado” neste caso).

Ao tratar soldados na Segunda Guerra Mundial, Joseph Pilates concentrou seus esforços em oferecer rotinas físicas que mesmo pessoas debilitadas pudessem executar. Ao mesmo tempo, essas rotinas precisavam oferecer o máximo de recuperação no menor tempo possível, ou seja, tinham que ser extremamente eficientes.

Os Asanas (posturas) do Yoga se qualificavam como uma referencia óbvia por vários motivos, dentre os quais sua sobrevivência como prática física há mais de 5.000 anos. Nada que fosse capaz de perdurar por um período tão longo poderia ser desprezado como algo reconhecidamente eficiente. Joseph Pilates pessoalmente praticava Yoga e muitos dos exercícios do método têm sim sua inspiração nos Asanas. Lembrando que também praticava também boxe, circo, acrobacias, … que prefiro deixar para os mais entendidos comentar e que interferiram no seu repertório de movimentos.

Obviamente, sabemos que os Asanas são apenas uma parte do Yoga, que ao certo “deve ser feito através do corpo e não para ele” frase de um querido professor que muito aprendi. O Yoga inclui exercícios respiratórios (Pranayama), práticas de limpeza (Kriyas) para chegarmos de forma tranquila ao seu principal estágio: a meditação. Enquanto as práticas meditativas ainda pode ser consideradas um fenômeno recente no Ocidente e os Kryas praticamente desconhecidos, os exercícios respiratórios foram claramente incorporados no Pilates. Ainda que não esteja segregada como uma prática individual, o Pilates dá à respiração uma importância igual à qualidade da execução física de cada exercício e à contrologia.

Pessoas ligadas ao Joseph e Clara contam que no banheiro no fundo do studio eram sugeridos banhos e sistemas de limpeza, coisas que infelizmente foram abandonadas ao longo do crescimento do método.

E fica evidente que Joseph Pilates, devido às condições que envolviam o desenvolvimento do seu método, procurou ser o mais prático possível. Afinal, ele estava tratando de feridos de guerra e provavelmente considerou não urgente a aplicação dos outros aspectos que advêm do Yoga, o que é facilmente compreendido por uma mente ocidental como a nossa.

Voltando a comparação entre este dois método percebemos que o Yoga se dividiu em várias doutrinas, o que de certa forma ocorreu com o Pilates também se pensarmos na influência do trabalho dos Elders.

Como exemplo, no Yoga Tradicional (Hatha) os Asanas são posturas estáticas nas quais o praticamente permanece por um longo tempo, dentro do qual medita sobre as reações de seu corpo às sensações provocadas por cada postura. Mas hoje já existem linhas do Yoga que propõem uma prática mais fluida e com menor tempo de permanência em cada postura. Algumas inclusive buscam transformar o Yoga em uma prática muito mais vigorosa e cheia de ritmo (como a ashtanga, vinyasa, power yoga, …).

Neste espaço discutiremos as semelhanças e diferenças entre Pilates e Yoga, porém de uma forma positiva. Em um período em que a polarização de opiniões é a tônica das discussões virtuais, invariavelmente resultando em agressões de ambos os lados, nossa ideia é somente abordar um exercício ou postura de cada vez, reconhecendo sua origem mas também as vantagens de sua evolução ou adaptação ao longo do tempo.

Por Ge Gurak

Instrutora que atua há mais de 14 anos com Pilates e Yoga e teve a chance de aperfeiçoar-se na Índia, além de possuir especialização em ZEN•GA™ e Garuda®. Conduz suas aulas e cursos no Centro de Treinamento da TcPilates